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domingo, 8 de dezembro de 2013

O Acaso na Física Aristotélica - 10 Dezembro 2013

A Coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra O Acaso na Física Aristotélica, a ser ministrada pelo Estudante do Curso de Filosofia Nailton Fernandes da Silva na terça-feira, dia 10 de dezembro, a partir das 18 horas no Miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra:

Em contato com uma problemática tão ampla e de caráter tão contingente e indeterminado que é o acaso, o presente trabalho tem por objetivo inclinar-se sob a perspectiva peculiar e espantosa de Aristóteles ao especificar o caráter excepcional da ocorrência de casos casuais que fogem a ordem tipicamente grega de ver o mundo. Para tanto, a pesquisa desenrola-se a partir do exame do ser enquanto acidente, ressaltando seu caráter indeterminado e como a racionalidade cientifica aristotélica não pode apreender o que sobrepuja a necessidade das conclusões dos silogismos científicos (apodíctico). Assim, evidenciando o caráter raro do que se sucede por acidente, a luz do principio per accidens, será feito a análise do acaso, que se manifesta na natureza física como autómaton e na atividade humana como tyché, e por fim, fazendo alguns desdobramentos sobre a ação humana (práxis) e produção artística (poiésis), ressaltando respectivamente, sua racionalidade no agir e no produzir, com a primazia da ausência do logos que desemboca em algo fortuito e indeterminado, que é o eixo central deste trabalho.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Simulação X Duplicação: A Crítica de Searle ao Teste de Turing - 19 Novembro 2013

A Coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Simulação X Duplicação: A Crítica de Searle ao Teste de Turing, a ser ministrada pela Estudante do Curso de Filosofia Robertina Teixeira da Rocha na terça-feira, dia 19 de novembro, a partir das 18 horas no Miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes da Palestrante:


Resumo da Palestra:

Alan Mathison Turing (1912-1954), brilhante matemático britânico famoso entre outras coisas por decodificar códigos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, inicia um de seus artigos mais famosos, Computação e inteligência, nos propondo trocar a pergunta “Podem as máquinas pensar?” (TURING, 1996, p. 21) pelo jogo da imitação. O jogo da imitação seria jogado por três participantes: um homem, uma mulher e um interrogador (cujo sexo é irrelevante para o jogo) que ficariam isolados uns dos outros em salas diferentes, usando denominações como A e B, e por meio de perguntas feitas a cada um dos participantes, diante de suas respostas o interrogador deveria adivinhar quais os sexos dos respectivos participantes. Agora imaginemos: “o que acontecerá quando uma máquina tomar o lugar de A nesse jogo?” (TURING, 1996, p. 22). Seria possível a uma máquina simular o comportamento intelectual humano (calcular e usar a linguagem) para responder as perguntas do jogo da imitação conseguindo imitar nosso comportamento a um ponto que o interrogador fosse incapaz de dizer com certeza qual participante é a máquina e qual participante é humano? Para Turing, uma máquina que conseguisse responder as questões ao ponto do interrogador não ser capaz de dizer com certeza qual participante é o humano, poderia ser considerada como uma máquina pensante. John Searle, porém discorda e elabora em seu texto Mentes, Cérebros e Programas um experimento de pensamento, o quarto chinês, baseando-se na distinção entre simulação e duplicação para refutar o teste de Turing.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Luta por Reconhecimento no Estado Democrático de Direito - 5 Novembro 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Luta por Reconhecimento no Estado Democrático de Direito, a ser ministrada pelo Professor Anderson Alencar de Menezes na 3ª-feira, dia 5 de novembro, a partir das 18 horas, no Auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra:


Em sociedades multiculturais, a constituição jurídico-estatal só pode tolerar formas de vida que se articulem no medium de tradições não-fundamentalistas, já que a coexistência equitativa dessas formas de vida exige o reconhecimento recíproco das diversas condições culturais de concorrência do grupo. A integração ética de grupos e subculturas com cada uma das identidades coletivas próprias precisa ser desacoplada do plano de uma integração política abstrata, que apreende os cidadãos do Estado de maneira equitativa.


domingo, 13 de outubro de 2013

O Sensível Partilhado: Diálogos entre a Política e o Espetáculo na Filosofia Estética de Jacques Rancière - 22 Outubro 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra O Sensível Partilhado: Diálogos entre a Política e o Espetáculo na Filosofia Estética de Jacques Rancière, a ser ministrada pelo Professor de Filosofia do Instituto Federal de Alagoas Moreno Baêta Neves Barbé na 3ª-feira, dia 22 de outubro, a partir das 18 horas, no Auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra:

Em La partage du sensible (2000), Jacques Rancière define o campo estético a partir do conceito partilha do sensível,  que constitui um sistema de ordenamento dos lugares e dos recortes das experiências realizadas pela comunidade. Para o filósofo, a dimensão estética antes de pertencer propriamente ao conjunto de trabalhos e atos artísticos, se efetiva na divisão/participação/separação do sensível que é comum ao sócius, enquanto expressão política e resultante do conflito permanente das decisões coletivas. É a partir dessa estética primeira que se pode colocar a questão das “práticas estéticas”, no sentido em que entendemos, isto é, como formas de visibilidade das práticas da arte, dos lugares que ocupam, do que “fazem” no que diz respeito ao comum (A partilha do sensível, p.17). Nesta perspectiva, os sistemas e os fazeres artísticos, agenciados pela narrativa de Rancière, serão aqui compreendidos em três principais linhas, que estabelecem: seu regime ético de questionamento da fabricação das imagens, de suas origens e as suas finalidades; o regime poético ou representativo do universo das artes; e o regime estético que é instaurado pelo campo das belas artes, enquanto categoria que determina as produções efetivamente artísticas. O diálogo proposto terá como meta apresentar as principais análises construídas por Rancière sobre a arte e o seu envolvimento com a política. Nesta abordagem emergem como plano de fundo as experiências contemporâneas do espetáculo, que descortinam a comunidade como ação conformadora e de separação das potências emancipadoras do ser-político.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Bergson e a Lógica da Criação de Possibilidades - 8 Outubro 2013

A coordenação do Clinamen - Seminário Permanente de Filosofia - convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Bergson e a Lógica da Criação de Possibilidades, a ser ministrada pelo Professor do Curso de Filosofia Fernando Monegalha na próxima 3ª-feira, a partir das 18 horas, no Auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:



Resumo da Palestra:

Bergson denunciava, em seu artigo de 1930 intitulado O Possível e o real, o falso movimento do pensamento que nos leva a pensar que a “possibilidade das coisas precede sua existência”, que o possível é, portanto, “menos que o real” (O Pensamento e o movente, p. 113-4). Segundo o filósofo, esta tendência de nosso pensamento decorre de uma ilusão retrospectiva de nossa inteligência, a qual tem como efeito mascarar “a criação contínua de imprevisível novidade que parece desenrolar-se no universo” (ibid., p. 103). O único modo de se combater esta ilusão residiria em mostrar que o possível não precede o real, mas que, pelo contrário, ele é criado conjuntamente com o real, para ser depois idealmente projetado no passado por nossa inteligência. O que intentaremos em nossa palestra será indicar brevemente a lógica subjacente a essa criação de possibilidades de existência, tal como ela é desenvolvida em diversas obras de Bergson.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Linguagem e Pensamento em Wittgenstein - 24 Setembro 2013






Resumo da palestra:
A coordenação do Clinamen– Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Linguagem e Pensamento em Wittgenstein, a ser ministrada pelo Estudante do Curso de Filosofia José Quitério da Silva Correia na próxima 3ª feira, a partir das 18 horas, no Auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da palestra:

A palestra Linguagem e pensamento em Wittgenstein, objeto de pesquisa durante o ciclo 2012/2013 do PIBIC, tem por objetivo apresentar a complexa relação entre e o conceito de linguagem e o conceito de pensamento, de acordo com a filosofia do Wittgenstein maduro (segundo Wittgenstein). A ideia é, após apresentar a teoria tractatiana da figuração, abandonada na fase madura do pensamento do filósofo, fazer uma exposição do conceito de uso e, por conseguinte, dos conceitos de jogos de linguagem, seguir uma regra e forma de vida. A partir disso, será apresentada a ideia de pensamento enquanto “um conceito ramificado”. E, finalmente, o terreno estará preparado para, além de relacionar o pensar e o falar, expor a crítica wittgensteiniana às ideais de que a) o pensamento consiste em imagens, b) o pensamento é uma atividade e c) o pensamento é uma espécie de simbolismo interno que é exteriorizado (o mentalês).

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Hermenêutica e Fenomenologia em Paul Ricoeur - 6 Agosto 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Hermenêutica e Fenomenologia em Paul Ricoeur, a ser ministrada pela Professora Cristina A. Viana no dia 6 de agosto (3ª-feira), a partir das 18h, no auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra:

Em Le conflit des interprétations: Essais d’Herméneutique (1969), Ricoeur anuncia a famosa tese de que é necessário enxertar a hermenêutica na fenomenologia (tese conhecida como la greffe). Em Du texte à l’action: Essais d’Herméneutique II (1986), ele desenvolverá esta tese buscando tornar explícita a mútua pertença entre fenomenologia e hermenêutica, argumentando em favor de duas hipóteses: (I) a hermenêutica se edifica sobre a fenomenologia; (II) a fenomenologia só pode se constituir a partir de uma pressuposição hermenêutica. É sobre esta segunda hipótese que nos debruçaremos em nossa apresentação, hipótese que possui inúmeras ressonâncias. A mais conhecida talvez seja a da “correção” no idealismo de Husserl (especificamente o do texto de 1929, Meditações Cartesianas). Nos deteremos, contudo, sobre uma outra ressonância da tese do enxerto, qual seja, a de que toda experiência é hermenêutica. A partir da exposição deste corolário da proposta de Ricoeur, buscaremos indicar o papel fundamental que a linguagem desempenhará na vivência, noção caríssima à fenomenologia.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Racionalidade da Arte segundo Aristóteles - 23 Julho 2013



A coordenação do Clinamen– Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Racionalidade da Arte segundo Aristóteles, a ser ministrada pelo Professor Tiago Penna no dia 23 de julho (3ª-feira), a partir das 18h, no auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).


Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra:

No corpus aristotélico, especialmente na Ética a Nicômaco, na Metafísica, e na Poética, a arte é definida ora como uma capacidade raciocinada de produzir, ora como um juízo geral acerca de seres ou ações que possuem atributos em comum, obtidos através da experiência. Já a arte poética, é definida essencialmente como mimesis de ações de homens que operam através de agentes (especialmente no que concerne às artes dramáticas). Sendo assim, a capacidade de produzir (poiésis) se distingue da capacidade de agir (práxis), pois no caso da arte, a obra de arte (fruto da atividade artística), e o agente inteligente que ordena a matéria segundo uma forma específica, são diferentes entre si, permitindo definir a atividade artística a partir das quatro causas estipuladas por Aristóteles (material, formal, eficiente e final). Do ponto de vista epistemológico, nos interessa analisar o lógos distintivo da atividade criativa, própria da arte. Neste sentido, tal racionalidade é universal, embora se debruce sobre a contingência e o particular, próprios do contexto da ação e da produção, de modo que se faz necessário, portanto, também distinguir a racionalidade da arte da phrônesis (habitualmente traduzida como prudência ou sabedoria prática), pois Aristóteles considera tácita a distinção entre agir e produzir.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Necessidade, a Possibilidade e o Sentido de uma Filosofia Latino-Americana - 9 Julho 2013

A coordenação do Clinamen - Seminário Permanente de Filosofia - convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Necessidade, a Possibilidade e o Sentido de uma Filosofia Latino-Americana, a ser ministrada pelo Professor Alberto Vivar Flores no dia 9 de julho (3ª-feira), a partir das 18h, no auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).

Currículo Lattes do Palestrante:


Resumo da Palestra: 


Sua necessidade surge, filosoficamente falando, da denúncia feita, entre outros, por G.W.F. Hegel (1770-1831) quando disse: “... o que até agora acontece ali não é mais que o eco do Velho Mundo e o reflexo da vida alheia”.  Sua possibilidade lhe vem dada pela concretude de sua ancestral originalidade, conforme Andrés Bello (1781-1865) escreveu: “O homem que serve de assunto à nossa História e à nossa Filosofia peculiar não é o homem francês, nem o anglo-saxão, nem o normando, nem o godo, nem o árabe. Tem seu espírito próprio. Sua fisionomia própria, seus instintos peculiares”.  Seu sentido lhe é impresso pela dialética opressão-libertação que se estabelece sempre que intentamos viver desde essa originalidade negada, segundo discursou Gabriel García Márquez, em 1982: “Por quê a originalidade que nos é admitida sem reservas  na Literatura, nos é negada com toda ordem de suspicácias em nossas tentativas tão difíceis de mudança social? Por quê pensar que a justiça social que os europeus de vanguarda tentam impor em seus países não pode ser, também, um objetivo latino-americano com métodos distintos em condições diferentes?”  Nosso tema é apenas um atual esforço de esclarecer tais questões.          
 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Concepção de Linguagem em Rousseau aplicada numa Experiência de Sala de Aula - 11 junho 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Concepção de Linguagem em Rousseau aplicada numa Experiência de Sala de Aula, a ser ministrada por Yvisson Gomes dos Santos no dia 11 de junho (3ª feira), a partir das 18h, no auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA). O palestrante é Mestrando em Educação, Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Psicólogo e Licenciando em Filosofia.

Currículo Lattes do Palestrante:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4462927D9
 
Resumo da Palestra:

Considerado o pai da pedagogia moderna e um dos fundadores da psicologia do desenvolvimento, Rousseau esboçou as suas ideias de forma a articularem-se entre si de maneira virtuosa. Fruto de uma sociedade revolucionária, ele esquematizou pressupostos políticas contundentes que o definiram também como um filósofo contratualista. Sua concepção sobre a linguagem, fruto deste artigo, confirmou a perspicácia especulativa do genebrino em se falar da língua e da palavra pelo viés das paixões. Tema central em seu Ensaio, as paixões são desdobras da formação do homem em seu estado natural. Como ex-bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID-Filosofia/UFAL), desenvolvi com a concepção das paixões, advindas do Ensaio, uma atividade-ação com alunos do ensino médio de uma escola pública de Maceió-AL, conseguindo estabelecer com a sugestão rousseauniana da linguagem uma argumentação filosófica através de uma nova proposta pedagógica dentro do espaço escolar pesquisado.

A Ciência e os Modos de Abstração em Tomás de Aquino - 7 maio 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Ciência e os Modos de Abstração em Tomás de Aquino, a ser ministrada pelo Professor José Urbano de Lima Júnior na próxima 3ª feira, a partir das 18h, no miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes do Palestrante: 

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777870T2

Resumo da palestra:

Apoiando-se numa tradição que remonta a Platão, na antiguidade, e a Boécio, na patrística latina (séc IV), Tomás de Aquino (séc. XIII) estabelecerá uma distinção e uma gradação das ciências cujos fundamentos serão, por um lado, a maior ou menor proximidade destas do movimento e, por outro,  a abstração operada no conhecimento dos objetos. Nossa comunicação pretende apresentar como o Aqinate diferencia as ciências através de seus objetos e dos modos de abstração.

A Gênese do Sujeito no Laboratório Cinematográfico de Gilles Deleuze (Reflexões sobre Cinema I e II) - 23 abril 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra A Gênese do Sujeito no Laboratório Cinematográfico de Gilles Deleuze (Reflexões sobre Cinema I e II), a ser ministrada pelo Professor Fernando Monegalha na próxima 3ª feira, a partir das 18h, no miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes do Palestrante: 

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4214406J1

Resumo da palestra:

Sobre o que tratam efetivamente os dois volumes de Cinema de Gilles Deleuze? Segundo o próprio autor, trata-se ali de “uma taxonomia, um ensaio de classificação das imagens e dos signos” (p. 7, Cinéma I). Com a inclusão da discussão com Bergson, somos levados a pensar que Cinema é basicamente uma obra de semiótica que utiliza primeiramente Matéria e memória como fio condutor para a elaboração de suas categorias, esforço esse secundado por um apelo à semiótica de Peirce. Em outros lugares, Deleuze dirá, contudo, que Cinema é um livro de “lógica”, mas de uma “lógica do cinema”, onde ele intentou fazer uma “história natural” da sétima arte (Pourparlers, p. 67). Que Cinema seja tudo isto, é inegável. Mas não observamos também um movimento clandestino se efetuando simultaneamente à constituição desta semiótica, desta lógica e desta história natural do cinema? Pois na medida em que somos levados de um regime a outro de imagens, vemos claramente emergir uma discussão que permeia todas as obras filosóficas de Deleuze, a saber, a questão da individuação, a questão da gênese e da constituição da subjetividade. Assim, na medida em que passamos da descrição de um tipo de imagem a outro por Deleuze, verificamos que os diversos regimes de imagens não constituem uma sequência aleatória, mas sim uma ordem precisa, que reflete um encadeamento interno bastante claro. E este encadeamento não é senão aquele que encontraríamos caso lêssemos Matéria e memória a partir de um ponto de vista genético, pensando a emergência da subjetividade a partir de um plano de imagens (matéria/imagem-movimento), dentro do qual se constitui uma singularidade mínima (o corpo vivo ou a tríplice divisão da imagem movimento em imagem-percepção-ação-afecção), o que permitirá, por sua vez, o aparecimento de uma esfera eminentemente espiritual (a memória e a antecipação, no cinema representados pelas diversas modalidades da imagem-tempo). Tudo se passa como se, antes de escrever Cinema, Deleuze tivesse tido um insight completamente original: que a “evolução” da forma cinematográfica desde sua origem espelha ponto por ponto o processo de constituição da própria subjetividade, tal como fora (ao menos aparentemente) descrito por Bergson. O cinema, neste caso, poderia ser compreendido como uma espécie de monumental laboratório filosófico: uma filosofia transcendental e genética encontraria ali material para compreender o processo de temporalização do sujeito, na medida em que um processo análogo de intensificação temporal está em andamento na constituição da própria forma cinematográfica. O cinema, neste caso, antes de ser explicado pela filosofia, forneceria um gigantesco campo de investigação perceptivo e conceitual que forneceria insumos para a investigação filosófica

Ciência e Ideologia segundo Paul Ricoeur - 19 março 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Ciência e Ideologia segundo Paul Ricoeur, a ser ministrada pela Professora Cristina Viana na próxima 3ª feira, a partir das 18h, no miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes da Palestrante:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4756236J0

Resumo da palestra:

O filósofo Paul Ricoeur (1913-2005), expoente máximo da hermenêutica francesa contemporânea, tem a originalidade de suas reflexões reconhecida por sua atuação em temas fronteiriços: história e ficção, natureza e liberdade, experiência e linguagem. No artigo Ciência e Ideologia, de 1972, Ricoeur faz jus a esta tendência, apresentando uma reflexão que visa reavaliar o inveterado ideal de uma ciência não ideológica. Questionando tanto a aplicação do rigor das ciências naturais às ciências humanas, quanto o tom negativo da ideologia herdado de uma leitura exclusivamente marxista, Ricoeur propõe a existência de uma relação intimamente dialética entre ciência e ideologia. Desse modo, o desafio – particularmente em ciências humanas – é encontrar um modo apropriado de considerar a tradição no fazer científico. A proposta de Ricoeur se encontra a meio caminho da hermenêutica de Gadamer e da crítica ideológica de Habermas.

Filosofia, Pessimismo e Ironia: Uma Aproximação de Schopenhauer na Poesia de Augusto dos Anjos - 5 março 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Filosofia, Pessimismo e Ironia: Uma Aproximação de Schopenhauer na Poesia de Augusto dos Anjos, a ser ministrada pelo Professor Fernando Guilherme na próxima 3ª feira, a partir das 18h, no miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes do Palestrante:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4214375P2

 Resumo da palestra:

Arthur Schopenhauer  (1788 – 1860) pertence ao universo daqueles pensadores essenciais que continua, ainda hoje, muito citado e pouco lido. Imortalizado em fragmentos e frases de efeito, repetidas muitas vezes inapropriadamente, foi, antes de tudo, um crítico mordaz da sociedade de seu tempo e um espírito inovador  no cenário filosófico ocidental. Desenvolvendo uma teoria filosófica considerada pessimista e que confronta a tradição filosófica racionalista ocidental, o filósofo alemão parte da filosofia kantiana e  incorpora elementos do pensamento oriental, concebendo o mundo como Representação. Entre elementos originais apresenta a ideia da Vontade e do desejo como motor da vida, da consciência como percepção da inevitabilidade do sofrimento, da valorização da percepção intuitiva da arte e do valor do gênio artístico, da imortalidade na matéria e da dissociação entre amor e felicidade. Sua filosofia influencia decisivamente pensadores como Nietzsche, Freud, Cioran e artistas e literatos como Wagner, Thomas Mann, Jorge L. Borges, Marleen Gooris e, no Brasil, principalmente Machado de Assis e Augusto dos Anjos, poeta paraibano do início do século XX. A poesia de Augusto dos Anjos, considerada agônica, mórbida e pessimista, é, no entanto, carregada de uma fina ironia e profundidade metafísica sensível que reflete, de forma extremamente singular, elementos do ideário estético e filosófico de Schopenhauer diante da natureza, amor e da humanidade.

Revisitando o Problema de Molyneux - 19 fevereiro 2013

A coordenação do Clinamen – Seminário Permanente de Filosofia – convida toda a comunidade acadêmica para prestigiar a palestra Revisitando o Problema de Molyneux, a ser proferida pela Professora Roberta Miquelanti nesta terça-feira, dia 19/02, a partir das 18h, no miniauditório de Filosofia.

Currículo Lattes da Palestrante:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777778H7

Resumo da palestra:

Nosso objetivo será revisitar o famoso problema de Molyneux, a partir da perspectiva de Gareth Evans. O problema de Molyneux tem origem numa carta escrita por William Molyneux em 7 de Julho de 1688 a John Locke, na qual propunha o problema relativo ao que pode ser aprendido por um homem cego de nascença que recupera a visão: pergunta-se se um homem que aprendeu, através do tato, a distinguir entre um cubo e uma esfera sempre que sentia um ou o outro, conseguiria, ao recuperar a visão, distinguir entre o cubo e a esfera colocados sobre uma mesa. O problema recebeu respostas de diversos filósofos, a maioria delas, negativa. Interessa-nos aqui, uma versão do problema proposta por Evans em “Molyneux’s Question” (1985), em que, levando em consideração noções de filosofia da mente e da percepção, Evans responde positivamente ao problema.